Um livro alegre e nostálgico.
Um belo trabalho sobre o comportamento entre pessoas de diferentes convicções sociais, políticas e religiosas dentro de um mesmo ambiente.
O cotidiano de Clarissa aparece repleto dos sonhos de criança e das transformações da adolescência. A protagonista é aluna do curso normal e mora com a tia numa pensão na cidade enquanto seus pais vivem no interior e são pertencentes a tradicional família Albuquerque, onde o pai de Clarissa é o primogênito do patriarca Olivério - homem de grande tradição na pequena cidade de Jacarecanga.
O ambiente mental de Clarissa apresenta os aspectos da garota acanhada do interior com uma dose cultural dos centros mais urbanizados, esse aspecto pode ser notado durante as conversas entre a protagonista e sua amiga Dudu.
Na abordagem ante os vários personagens, quase todos hospedes da pensão da tia Zina, apresentam-se traços de solidão e até mesmo angustia. Esses cenários, como a eterna falta de emprego do Tio Couto, não levam o livro a um fim trágico e apenas mostram cotidianos decorrentes na época como a Rússia comunista e o nazismo alemão.
A leitura é leve e altamente nostálgica, até mesmo poética.
O livro ainda apresenta uma continuação, quando clarissa volta a morar com a família e torna-se professora em Jacarecanga. Acompanhar essa obra é importante, o livro leva o titulo de “...musica ao longe” e, ao contrario do primeiro, tem um aspecto altamente triste, embora também nostálgica e diríamos trágica, com algumas pinceladas da ruborização adolescente.
Resumo na frase:
Sente ímpetos de dançar, correr, cantar, pegar no rabo dos cachorros, jogar pedras nos vidros das vitrinas, botar a língua para a mulher gorducha que está escarrapachada numa cadeira ali na frente do mercadínho de frutas...
Um comentário:
Gostaria que vcs visitassem meu blog. Também tenho um post sobre Clarissa. É equilibadoradepratos.blogspot.com.
Obrigada.
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