sábado, 7 de junho de 2014

SE EU NÃO TE AMASSE TANTO ASSIM



LÁ SE VÃO alguns anos juntos! Eu e meu Fusca 77. Parece-me que chegou o momento de explicar ao mundo os motivos que nos unem. Primeiramente considero que grande parte das coisas boas que aconteceram até aqui não seriam possíveis se eu não tivesse um carro – mesmo com todas as limitações um Fusca 77 ainda é um carro.

Ele foi um presente do meu pai. Na ocasião fiz a proposta de comprá-lo e apresentei a quantia: dinheiro vivo. Meu pai considerou que o carro não valia tudo aquilo e que seria melhor eu usar aquele valor para arrumá-lo. Fiz isso. Gastei uma grana num serviço que não saiu como tinha planejado. E quando sai como planejado?

Com o passar do tempo e quilômetros rodados aprendi que alguns itens são fundamentais ter no porta-luvas de um fusca como, por exemplo, cabo de acelerador e rotor. Aprendi isso porque fiquei duas vezes na mão na Rua João Negrão: uma vez por causa do cabo de acelerador e outra por causa do rotor. Nas duas vezes me saí bem embora já fossem mais de 23h.

Fiz quase toda minha graduação indo com esse carro para a Universidade, além de levar várias vezes minha esposa até a UFPR, pois na época cursava mestrado. Fui de escola em escola dar minhas aulas e em reuniões nos diretórios para tratar questões políticas.

Certo é que esse Fusca 77 nos ajudou e muito.  Embora seu motor faça bastante barulho minha filha gosta de dormir no carro.

Sempre que digo que tenho um Fusca ouço: “Eu tive um Fusca, é um carrinho muito bom”. Depois eu fico pensando: Porque as pessoas se desfazem das coisas se as consideram boas? 

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