sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Saiu da estante em 2013


2013 ficou no retrovisor, contudo, gostaria de apresentar alguns livros que saíram de minha estante para uma leitura, na maioria das vezes, direcionada, pois iniciei o ano como aluno ouvinte no mestrado em Políticas Públicas na UFPR. Por isso, durante esse tempo não me embrenhei em perigos literários como em anos anteriores. Lembro apenas de uma leitura agradável e descompromissada: As boas coisas da vida, de Rubem Braga. Livro de crônicas que comprei em Apucarana no primeiro semestre. Da sessão hard recomendo a leitura do livro de Claus Offe. Sua tese é muito interessante.

Pois bem:

1. O que é Economia?, de Paul Singer
2. Dez lições sobre estudos culturais, de Maria Elisa Cevasco
3. A elite do poder, de Wright Mills
4. Problemas estruturais do estado capitalista, de Claus Offe.
5. As boas coisas da vida, de Rubem Braga
6. Curitiba e o mito da cidade modelo, de Dennison de Oliveira
7. A Pedagogia: teorias e práticas da antiguidade aos nossos dias, de Clemont Gauthier e Maurice Tardif
8. O colapso do populismo no Brasil, de Octávio Ianni
9. O populismo na política brasileira, de Francisco Weffort
10. Cultura: um conceito antropológico, de Roque de Barros Laraia

Feliz 2014!!!!!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA: LIMITES E POSSIBILIDADES


Um dos maiores desafios atuais no município de Balsa Nova, no que diz respeito aos aspectos culturais e turísticos, tem relação direta com o processo – timidamente iniciado – de construção de uma memória reconhecida coletivamente no âmbito municipal, a qual traga um elemento agregador e de pertencimento ao contexto sócio-histórico. O processo de construção de memória é complexo e no decorrer dos trabalhos ocorrem visões de mundo em detrimento de outras. Impossível se desvencilhar disso, pois os mesmos casos já aconteceram em inúmeras cidades que buscaram esse elemento agregador, portanto, esse processo demanda tempo, investimento e distribuição de tarefas entre agentes públicos e privados.

Para aqueles que se comprometem com políticas públicas referentes à cultura e ao turismo local é indispensável à elaboração de inúmeras perguntas, as quais devem ser compartilhadas com a população e, assim, percorrer o imaginário social. Temos uma memória?., quais os custos de se buscar essa memória?., existe algum benefício nisso? Ao tratarmos desses processos culturais no município podemos sempre partir de um pressuposto comum de que temos, sim, uma memória. A certeza reside no testemunho histórico de participação no Ciclo Econômico denominado Rota dos Tropeiros, a qual foi de fundamental importância para a economia paranaense. A principal região em nosso município participante desse processo foi São Luiz do Purunã, citada em inúmeras fontes históricas.

Nosso município possui memória imaterial e material, as quais podem ser exploradas conforme o recorte a ser investigado. Se quisermos podemos trabalhar com fontes históricas oficiais e tratar de uma memória arquitetônica presente na construção da Ponte sobre o Rio dos Papagaios no século XIX ou, ainda, desenvolver um recorte geográfico e apresentar a importância religiosa da região do Tamanduá no século XVIII, representada pelo seu bem histórico a Capela Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá. Ao iniciarmos um processo de valorização daquilo que temos nos sentiremos pertencentes a um passado que provavelmente muitos de nossos familiares tenham presenciado com maior propriedade. Evitaremos assim que a ação do tempo consuma nossa memória imaterial e material. Processo que ocorre de maneira simultânea, pois ao não conhecermos a história ou não darmos importância à mesma nossa memória material se torna fútil, caso do histórico Hotel Boutin, em São Luiz, que recentemente perdemos com um, no máximo dois, lamentos isolados.

Como visto, temos uma memória e o custo de se mantê-la não se faz de outro modo senão a ação política dos agentes públicos e privados: reconhecer, preservar, engajar a sociedade civil nesse propósito. Agir juridicamente quando necessário. Esse é o custo que requer ousadia, amor à nossa história e, sobretudo, responsabilidade com aquilo que não pertence a um ou dois sujeitos, mas a todos, os quais merecem, também, conhecer e se reconhecer como participantes dessa história. Esse é o maior benefício e tem que ser nosso maior legado.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

COISA DE SOCIÓLOGO

NÃO COMEÇOU de hoje, o problema já é antigo. Sempre colocam um chapéu no O. Antônio!., “o certo é assim”! retruca um ortodoxo. Tudo bem, não fugi da escola, mas alguém já me viu questionando o nome de alguém?., cada um com a sua (in)decência.

Lembro de uma reportagem sobre isso e de alguns nomes citados. Um deles era “Deus É Infinitamente Misericordioso”. Prova maior disso é a informação de que nenhum raio partiu a cabeça do pai do menino, ou seria menina? Hoje me parece que dá para mudar. O João Sete Panças mudou o dele. Logo que ficou sabendo da possibilidade correu para o cartório, renegou o João e se batizou de Benevides. Benevides Sete Panças.

No meu caso fique o dito pelo não-dito e o desafio para os (des) conhecidos de apenas escrever Antonio sem qualquer comentário ou tentativa de me dar aulas de português.

Assim como alguns advogados que acham que as leis foram talhadas pelo dedo de Deus, alguns colegas que lidam com as palavras insistem em descontextualizá-las do momento histórico que a língua como componente ideológico foi imposta como padrão, ou norma culta. Como gostam de falar os cultos.
Os arbitrários culturais são extensos e não vou, dessa vez, pelas veredas da teoria sociológica. Bourdieu e Foucault já fizeram isso muito bem. Ademais, escrever crônicas deve ser coisa despretensiosa a se fazer deitado ouvindo o TIC, TAC do relógio.

Mas já que tocamos nesse assunto de sociologia voltemos ao meu nome, Eduardo Antonio, sem acento, tal qual Antonio Candido que, por sinal, é sociólogo. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Poesia com métrica perfeita

Danilo Fernandes, Leandro Castán,Jorge Henrique, Paulo André,
Fábio Santos,
Alessandro,Julio Cesar, Edenilson,
Paulinho, Moradei,
Ramires, Adriano,

Liedson, Alex,
Wallace,
Willian,
Welder,
Chicão,
Tite,
Dr. Sócrates.
Penta Campeão!!!!!!!!!!!!!

AÇÃO DAS ELITES ECONÔMICAS NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE CURITIBA


O livro “Curitiba e o mito da cidade modelo”, escrito pelo professor e doutor em Ciências Sociais, Dennison de Oliveira, tem como argumento central a desconstrução do argumento de que a infraestrutura da cidade de Curitiba é de autoria única e exclusiva dos arquitetos responsáveis pelo planejamento urbano. Dennison sustenta que essa afirmação não corresponde à realidade. O autor justifica que todo o planejamento urbano da cidade foi realizado considerando a necessidade de uma elite econômica que influenciou o poder público e em conjunto com esses profissionais organizou as mudanças estruturais da cidade com o intuito de garantir seus interesses.

Para sustentar essa reflexão foi examinada a definição pelo modelo de transporte coletivo, dos espaços direcionados à instalação das indústrias e do comércio, por exemplo. Sobre o transporte público, o autor explica que a organização anterior do espaço urbano que “dividiu” a cidade em espaços mais ou menos “iguais” para que todos os grupos econômicos tivessem acesso tanto o centro quanto as “bordas” com o tempo criaram guetos colonizados que se chocaram durante a organização do novo planejamento de circulação urbana, pois os grupos econômicos presentes nesses espaços não aceitavam a construção de uma linha de ônibus, por exemplo, que cortasse a cidade de norte a sul.


REFERÊNCIA

OLIVEIRA, Dennison de. Curitiba e o mito da cidade modelo. Curitiba: Editora da UFPR, 2000.

domingo, 16 de junho de 2013

''O Deus da Bíblia não faz política''. Entrevista com Michael Walzer

 














"A Bíblia é fonte de ensinamento moral, mas é um erro procurar nela exemplos de escolhas políticas às quais se referir". A essa conclusão chegou o sociólogo e cientista político da Universidade de Princeton Michael Walzer, de origem judaica, voz de autoridade da esquerda norte-americana, no seu novo livro In God’s Shadow (À sombra de Deus), publicada pela Yale University Press.

A reportagem é de Maurizio Molinari, publicada no jornal La Stampa, 10-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Por que você decidiu se ocupar desse assunto?

Eu trabalhava sobre esse há 20 anos, aplicando à Bíblia a "teoria da recepção" alemã, ou seja, para compreender como o texto foi interpretado ao longo dos séculos. É um esforço para chegar a definir o que os autores da Bíblia pensavam sobre a política.

Você se detém na contraposição entre os dois pactos, de Abraão e do Sinai, e os três códigos de Levítico, Deuteronômio e Êxodo, falando de "respeito pelos atritos". É a base do pluralismo?

Os dois pactos estão em competição. Pensemos nas conversões. Para o pacto do Sinai, aderir é possível porque basta aceitá-lo, enquanto o pacto familiar de Abraão o oposto é verdadeiro. Essa tensão se encontra novamente ao longo de toda a história judaica.

E os três códigos?

Eles têm uma identidade separada, mas são todos expressão de Deus, e, portanto, é impossível conciliá-los. Isso explica porque os reis não legislam, e é aí que se encontra a gênese do pluralismo que permeia todo o mundo judeu.

Por que no capítulo sobre a "guerra santa" você cita Rousseau, segundo o qual "quanto mais forte é a união, maior é o inimigo"?

As regras da guerra, como aniquilar os cananeus, estão no Deuteronômio, ou seja, o livro mais comunitário que contém as normas detalhadas sobre a preocupação mútua. Portanto, há uma estranha conexão entre a máxima atenção pela coesão interna e a maior hostilidade para com o outro.

Por que você descreve os reis como uma "resposta à teocracia"?

Os reis são uma rejeição do governo divino. Há uma contraposição entre o reino do soberano e o de Deus.

Por que os profetas não se tornam líderes políticos?

Eles nunca formaram um movimento. Algo do tipo começa somente em Roma, com os movimentos plebeus. Os profetas são críticos morais, até mesmo poderosos, mas que não têm seguidores. Criticam o rei, a oligarquia e quaisquer outros. A profecia é vocação moral, embora tenha consequências políticas.

Os autores da Bíblia não deram importância à política como modo de vida, mas a situação mudou com a deportação para a Babilônia. A descoberta da política ocorre na Diáspora?

Na Babilônia, os rabinos substituem os reis. Não há grande interesse pela política entendida como definição na assembleia das responsabilidades dos cidadãos. Tudo isso nasce com os gregos. Para os judeus, a legislação na Babilônia refere-se à interpretação dos textos. Há mais interpretação do que representação, porque a origem da lei é Deus.

Quais foram as consequências dessas premissas bíblicas sobre a formação do Estado de Israel?

O sionismo é a negação do exílio, e, como o judaísmo era uma fé do exílio, tratou-se da negação do judaísmo, zerando 2.000 terríveis anos para voltar às raízes da Bíblia. Por isso, nas origens do sionismo está o compromisso de estudar a Bíblia ou matérias como a arqueologia. Mas a forma do Estado, ao invés, é uma imitação das democracias europeias.

Por que durante a Diáspora os judeus "imaginaram voltar a Israel liderados por reis e não por profetas"?

Ao longo dos séculos, a expectativa é pelo rei-messias. Nissim Gerondi, que viveu na Espanha nos séculos XIII-XIV, afirma que o rei foi criado porque a lei é perfeita demais para a população, e, portanto, é preciso um rei para violá-la, para torná-la acessível aos indivíduos, em situações de crise ou de emergência. É um texto maquiavélico cerca de 200 anos antes de Maquiavel: ele explica por que a monarquia continua sendo o regime político preferido até que, no século XIX, os judeus iluminados optariam pela democracia moderna. Por isso, o sionismo foi uma doutrina revolucionária. Ele não previa a restauração dos reis.

Por que você volta frequentemente à citação de Ben Sira sobre o fato de que "um homem sábio é aquele que é cauteloso sobre tudo"?

Ben Sira representa a continuação da Bíblia, depois dos Provérbios. Ele se detém em fazer o bem na vida privada, enquanto no Livro dos Provérbios há muito sobre fazer o bem na vida pública e em particular sobre a ideia de prudência conectada à sabedoria. É a ligação entre a Bíblia e o que se seguiu.

Quais são as lições que os líderes políticos contemporâneos podem extrair dessa análise da Bíblia judaica?

Não procurar no texto da Bíblia indicações precisas sobre os comportamentos a se ter na vida pública, porque seriam quase certamente errados. Na Bíblia, ao contrário, há o aspecto moral do ensinamento: a busca da justiça, a atenção pelos necessitados. E isso explica porque um movimento pela justiça, como o de Martin Luther King, pode invocar a advertência bíblica de que todos os seres humanos foram criados iguais.

FONTE: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/513461-o-deus-da-biblia-nao-faz-politica

domingo, 26 de maio de 2013

SOBRE A TEORIA DA EVOLUÇÃO SOCIAL NA PERSPECTIVA DE NORBERT ELIAS


Norbert Elias foi um importante pesquisador alemão, professor na Universidade de Leicester, na Inglaterra. Sua produção sociológica foca a relação entre poder, comportamento, e conhecimento da história. Embora Elias tenha iniciado sua produção sociológica ainda nos anos de 1930, sua importância teórica foi reconhecida tardiamente nos anos de 1970. Da década de 1970 até sua morte em 2003 teve uma destacada atuação no meio acadêmico, sendo considerado um dos mais importantes sociólogos de todos os tempos.

No capítulo "Teoria da evolução social" analisamos a teoria da evolução na perspectiva de sua inevitabilidade, Elias, portanto, inicia sua análise destacando que os grandes autores que contribuíram para essa teoria foram Marx e Engels. Esses dois autores ao não interpretarem as revoluções como caóticas, mas como fundamentais no processo de evolução social se desvencilharam das interpretações positivistas que, sobretudo, interpretavam que as evoluções sociais se dariam somente por meio da ordem. Prossegue Elias em sua análise dando ênfase aos níveis de conflito dos quais decorrem as evoluções sociais. O primeiro é o nível de conflito que se estabelece dentro do Estado, chamado de revolução. O segundo nível é aquele estabelecido entre os estados, as chamadas guerras.
    
Para Elias esses dois conflitos são extremamente violentos, seja de forma simbólica ou material. Por exemplo, obviamente que revoluções ou guerras não são tempos de paz, portanto, muitas atrocidades são cometidas, contudo, guerras e revoluções não são somente “banhos de sangue”, pois, no plano simbólico, imaterial e ideológico as guerras e revoluções também são implacáveis no que diz respeito à violência. Um exemplo disso é a revolução cultural promovida pela Alemanha Nazista ao destruir toda a obra de arte produzida por artistas considerados bolcheviques.
    
Em suma, para Elias são por meios dos conflitos que se concentram os processos de evolução social.


domingo, 3 de março de 2013

É POSSÍVEL REVOLUCIONARMOS NOSSA LITERATURA NO QUE DIZ RESPEITO AO LUGAR DO NEGRO EM NOSSA HISTÓRIA?

Li esse artigo um dia desses e achei interessante a abordagem feita pelas alunas Ângela Souza e Patrícia Sodré do curso de pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUCRIO. Essas alunas são bolsistas de iniciação científica e vinculadas ao Grupo de Estudos sobre Cotidiano, Educação e Culturas (GECEC). Neste trabalho contaram com a supervisão da professora Daniela Valentim, doutoranda em educação, também, pela PUCRIO.

Minhas impressões sobre a temática:

Esse capítulo produzido pelas alunas citadas acima foi extraído da obra Didática Crítica Intercultural: aproximações e discute as relações entre ensino, literatura infanto-juvenil, e o lugar do negro na literatura. Segundo as autoras do referido artigo por muitos anos os personagens negros não tiveram papéis protagonistas nas histórias e, muito pior, os personagens negros eram, geralmente, tratados na história como sujos, feios ou burros. Um exemplo disso é a própria história em quadrinhos da Turma da Mônica cujo personagem negro da história, o Cascão, é conhecido do público por sua ojeriza ao banho. Na história, constantemente, o personagem aparece remexendo latas de lixo buscando alguma coisa junto de seu bicho de estimação, o porco Chovinista. Contudo, a partir da sanção da lei 10.6390/03 que obriga as instituições de ensino fundamental a trabalhar História e Cultura Afro-Brasileira, nota-se uma literatura mais envolvente que coloca o negro como protagonista exaltando a beleza negra, ou dando voz a alguns personagens negros que ascenderam socialmente.

Nesse sentido, entendemos o quanto ainda esses literatos terão que trabalhar para suplantar o racismo brasileiro que é mais tênue que aquele praticado, por exemplo, nos Estados Unidos (FERNANDEZ, 1989).  Embora as autoras constatem um avanço nessa literatura em relação àquela produzida anteriormente, a qual tinha um tom moralizante: “é preciso respeitar os negros” etc., ainda se verifica pelos exemplos citados pelas autoras que o destaque dos personagens negros na história se faz por meio da ideia de que são negros instruídos que ascenderam socialmente, ou ainda, são princesas ou rainhas que herdaram tronos, tal qual a literatura ocidental trata os principados da Europa. A diferença se dá apenas na cor dos personagens, mas a elaboração de um novo paradigma civilizatório, onde a pessoa seja reconhecida pelo que é e não pelo que tem, fica distante, pois, na tentativa de incluir um grupo social excluímos parte desse grupo social.

Considero que é preciso se fazer uma discussão complexa sobre o lugar do negro em nossa literatura, ainda mais depois da recente controvérsia em torno das obras de Monteiro Lobato. Em todo caso isso se mostrará uma tarefa bastante árdua em que qualquer esforço nesse sentido contribuirá, paulatinamente, para uma posterior revolução em nossa literatura brasileira.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro. São Paulo: Cortez: autores associados, 1989.

SOUZA, Ângela; SODRÉ, Patrícia. Literatura infanto-juvenil e relações étnico-raciais no ensino fundamental. IN: CANDAU, Vera Maria. (org) Didática crítica intercultural: aproximações. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.