terça-feira, 29 de julho de 2008

Os desafinados

Visitei o blog do professor André o página de cultura e lá encontrei o vídeo do filme Os desafinados. Você pode conferir lá ou aqui, pois agora sou um traficante de cultura.


sexta-feira, 25 de julho de 2008

Algumas considerações sobre Batman - o cavaleiro das trevas


Começo esta crítica dizendo que Gothan City perdeu seu charme desde Batman Eternamente; antes as gangues e máfias mantinham os negócios na surdina e negociavam na calada da noite. Agora tudo está sendo feito à luz do dia e, convenhamos, o dia não merece destaque em Gotham City.
Outra infelicidade é a expressão do xenofobismo estadunidense - presente na maioria dos filmes. Dent diz mais ou menos a seguinte frase após um bandido tentar matá-lo: essa arma é chinesa, se você quiser matar um americano deve usar uma arma americana. Claro, a indústria de armas dos EUA deve ter derramado milhões pelo merchandising.
Batman está um pouco melhor comparado aos três primeiros filmes, mas ainda está aquém do grande morcego dos hq’s. Esse é um problema típico que ocorre também nos demais super-heróis, exceto o Homem-Aranha, nenhum ator conseguiu estudar suficientemente a psicologia da personagem. Nesse quesito aqueles que interpretam anti-heróis estão à frente, como por exemplo: Wolverine e Vingador.
Vale destacar que os dois últimos filmes são os melhores justamente porque não trazem o Batman como o “melhor” frente às gangues. Em outros filmes Batman têm Gotham City sob controle, mesmo com máfias e lunáticos Gotham é o status quo padrão de uma cidade grande: mocinhos e bandidos, bem e mal, enfim, toda essa baboseira dualista.Os dois últimos filmes mostraram bem as distinções entre Batman e os demais heróis. Ele é humano, portanto, sem poder alienígina; não fosse seu dinheiro e sua influência social combinados à sua genialidade cairia fácil nas mãos dos inimigos e Gotham sucumbiria.
Antes que alguns desavisados estranhem o surgimento do vilão Duas-Caras divergindo um pouco do então representado por Tommy Lee Jones em Batman Eternamente, vale dizer que a maioria dos Hq’s não são séries e sim histórias de roteiristas diferentes, por isso, cada um dá sua contribuição imaginativa. Já o filme, esse sim, começa a tomar um rumo de série: apresentou desde o Begins o Espantalho, a gênese de Batman e o prenúncio do Coringa. No Cavaleiro das Trevas o Espantalho aparece novamente, o cavaleiro branco de Gothan torna-se o Duas-Caras e Gordon é designado comissário.
Pois bem, diante dessas considerações uma última deve ser feita: Heather Ledge merece um prêmio post-mortem, pois comprendeu perfeitamente a psicologia da personagem Coringa. Em minha opinão Coringa é maior vilão criado nas Hq’s e, claro, o mais difícil de ser interpretado. Coringa é anarquista e um filósofo da cultura, mas claro os não iniciados nas hq's o chamam pejorativamente de psicopata. Todos os valores de Batman ou de seu alter-ego Bruce Wayne ele menospreza, tais como: dinheiro, civilidade, justiça, nacionalismo etc., tudo isso é colocado em xeque pelo Coringa. Num momento hilário ele queima milhões de dólares em oposição à ânsia estadunidense em ganhar o primeiro milhão. Fantástico!.
Heather Ledger seria perfeito no clássico dos quadrinhos Piada Mortal escrito por Alan Moore, no qual o Coringa deixa Bárbara Gondon (Batgirl) paraplégica, para mim essa é a melhor história de Batman. É uma pena que Heather Ledge esteja morto, dúvido muito que outros atores consigam levar aos filmes o Coringa em todo seu esplendor.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Corinthians 2x2 Ceará

Aprendi uma mágica com um colega do trabalho, agora meus vídeos serão colocados diretamente na minha página.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Studio Progettare

Arquitetura, design, interiores, visitem o site: http://www.studioprogettare.com.br/quem.asp

Versões de mim - Luiz Fernando Veríssimo

Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.
Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número (unzinho e eu ganhava a sena acumulada), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito sim, dito não, ido para Londrina, casado com a Doralice, feito aquele teste…
Agora mesmo neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz - aliás, o nome do bar é Imaginário - sentou um cara do meu lado direito e se apresentou:
- Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo
E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo.
- Por que? Sua vida não foi melhor do que a minha?
- Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Cheguei a seleção. Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia..
- Eu sei, eu sei… disse alguém sentado ao lado dele.
Olhamos para o intrometido… Tinha a nossa idade e a nossa cara e não parecia mais feliz do que nós. Ele continuou:
- Você hesitou entre sair e não sair do gol. Não saiu, levou o único gol do jogo, caiu em desgraça, largou o futebol e foi ser um medíocre propagandista.
- Como é que você sabe?
- Eu sou você, se tivesse saído do gol. Não só peguei a bola como me mandei para o ataque com tanta perfeição que fizemos o gol da vitória. Fui considerado o herói do jogo. No jogo seguinte, hesitei entre me atirar nos pés de um atacante e não me atirar. Como era um herói, me tirei… Levei um chute na cabeça. Não pude ser mais nada. Nem propagandista. Ganho uma miséria do INSS e só faço isto: bebo e me queixo da vida. Se não tivesse ido nos pés do atacante…
Ele chutaria para fora. Quem falou foi o outro sósia nosso, ao lado dele, que em seguida se apresentou.
- Eu sou você se não tivesse ido naquela bola. Não faria diferença. Não seria gol. Minha carreira continuou. Fiquei cada vez mais famoso, e agora com fama de sortudo também. Fui vendido para o futebol europeu, por uma fábula. O primeiro goleiro brasileiro a ir jogar na Europa. Embarquei com festa no Rio…
- E o que aconteceu? perguntamos os três em uníssono.
- Lembra aquele avião da VARIG que caiu na chegada em Paris?
- Você…
- Morri com 28 anos.
- Bem que tínhamos notado sua palidez.
- Pensando bem, foi melhor não fazer aquele teste no Botafogo…
- E ter levado o chute na cabeça…
- Foi melhor, continuou, ter ido fazer o concurso para o serviço público naquele dia. Ah, se eu tivesse passado…
- Você deve estar brincando.
Disse alguém sentado a minha esquerda. Tinha a minha cara, mas parecia mais velho e desanimado.
- Quem é você?
- Eu sou você, se tivesse entrado para o serviço público.
Vi que todas as banquetas do bar à esquerda dele estavam ocupadas por versões de mim no serviço público, uma mais desiludida do que a outra. As conseqüências de anos de decisões erradas, alianças fracassadas, pequenas traições, promoções negadas e frustração. Olhei em volta. Eu lotava o bar. Todas as mesas estavam ocupadas por minhas alternativas e nenhuma parecia estar contente. Comentei com o barman que, no fim, quem estava com o melhor aspecto, ali, era eu mesmo. O barman fez que sim com a cabeça, tristemente. Só então notei que ele também tinha a minha cara, só com mais rugas.
- Quem é você?perguntei.
- Eu sou você, se tivesse casado com a Doralice.
- E..?
Ele não respondeu. Só fez um sinal, com o dedão virado para baixo…
Creio que a vida não é feita das decisões que você não toma, ou as atitudes que você não teve, mas sim, aquilo que foi feito!Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado!

quinta-feira, 10 de julho de 2008